Atleta amador do litoral de SP vence ultramaratona de 50 km no Japão

Daniel Akira Nakagawa dedicou a vitória à mãe, que faleceu quase três meses antes da competição. Ele realizou o trajeto em 3 horas e 43 minutos.

O operário Daniel Akira Nakagawa, de 38 anos, venceu uma ultramaratona de 50 km em Kakegawa, a aproximadamente 250 km de Tóquio, no Japão. Nascido em Santos, no litoral de São Paulo, ele disse ao g1 que dedicou a vitória à mãe, que faleceu quase três meses antes da competição, e de quem não conseguiu se despedir.

O brasileiro concluiu a competição Challenge CCJ La Maglia 50 km em 3 horas e 43 minutos. “Estava bem desmotivado, fiz essa corrida muito ruim. Perdi a minha mãe, então, o pessoal falou para eu voltar a correr. Falei que estava desmotivado, não sabia se voltaria a competir, estava pensando em rever a minha mãe no ano que vem, só que, desta vez, ela não me esperou. Essa corrida foi em outubro, ela faleceu em julho, e eu não estava querendo treinar mais. Corri em um ritmo normal, eu ia trabalhar no dia seguinte, e foi uma coisa extraordinária”.

Apesar do bom resultado na competição, realizada entre 18 e 24 de outubro, ele se considera um atleta amador. O operário explica que, nos primeiros 20 km de prova, ele estava com o corpo pesado, e que correu no ritmo dele. “Do km 28 para frente, meu corpo ficou mais leve, e comecei a acelerar. Acabei fechando os 50 km. Estava, em média, querendo fechar até 4h de prova, mas fechei em 3h43”.

Preparação

Devido à pandemia de Covid-19, o organizador da corrida estava com a ideia de fazer a prova como uma maratona virtual, onde cada corredor faria seu trajeto de preferência. “Então, eu escolhi o bairro onde moro, e fiquei correndo em voltas. Teria que usar um aplicativo, e quem fizesse o menor tempo seria o campeão”.

Nakagawa explica que se hidratou com isotônico, mas que não parou para consumir frutas. “Deixei uma garrafa de água no meio do caminho, tinha uns sachês de hidratação, tipo energéticos em geleia, mel, e fui usando isso”.

No dia em que finalizou a prova, ele afirma que não sentiu dores. “Mas, depois que o corpo começa a esfriar totalmente, a gente começa a sentir as pernas. Sou treinado pelo Paulo Feitosa, lenda viva da Baixada Santista, que já correu bastante por Santos na década de 90. Ele me passa os treinos, fiquei um tempo sem treinar, mas levei em consideração tudo que ele passou para mim”.

Apaixonado por corrida

Nakagawa conta que, apesar de ter nascido em Santos, só morou no município até os 6 meses de idade, depois, mudou para Bertioga, também no litoral de São Paulo, onde permaneceu até os 18 anos. Há 20 anos no Japão, o operário conta que, desde a adolescência, participa de campeonatos.

Ele diz que sempre correu em maratonas de 5 km e 10 km, e que quando ainda morava em Bertioga, participou da Corrida de São Silvestre, com 15 km, e que, aos 16 anos, participou de uma meia maratona no Rio de Janeiro com 21 km. “Meu forte mesmo era corrida de 10 km”.

Segundo Nakagawa, um dos motivos de ter mudado para o Japão foi ver matérias sobre os corredores do país. “Eu morava com os meus pais e queria conhecer [o Japão]. Queria conhecer o outro lado, falavam para mim que no Japão tinha muitos corredores rápidos, e realmente são”.

Antes da ultramaratona que ganhou, Nakagawa já havia tentado correr 50 km uma vez, mas como não tinha um sistema de controle de tempo, fez em 6 horas, com algumas pausas. A vitória recente foi um impulso para que o atleta volte a realizar os treinos e pensar em provas futuras. “Estou me preparando, o que aparecer por aqui [eu vou]. Enquanto isso, vou treinando”, conclui.

Fonte: G1.com

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